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A história da mulher no mercado fotográfico

A história da mulher no mercado fotográfico

Seja como forma de registrar um momento ou como forma de se expressar artisticamente, a fotografia é uma ciência que tem ganhado cada vez mais espaço em nossas vidas, desempenhando importantes funções. Mas, embora fundamentais nessa trajetória de sucesso, o espaço da mulher no mercado fotográfico ainda é muito estigmatizado.

Salários menores, assédio, desvalorização profissional e péssimas condições de trabalho. Nada foi capaz de impedir essas eficientes fotógrafas de produzirem imagens inspiradoras, mostrando ao mundo para que realmente vieram.

Descubra a história da mulher nesse disputado mercado, desvendando a forma como a presença e olhar feminino influenciaram a fotografia.

O nascimento da fotografia

A primeira grande descoberta, que viria a influenciar diretamente a fotografia, aconteceu em 300 a.C., quando Aristóteles desenvolveu os princípios ópticos da “câmara escura”. Alguns séculos depois, em 1558, a técnica foi aperfeiçoada pelo cientista Giovanni Baptista Della Porta, que criou uma descrição de como seria o funcionamento da câmara e seus principais usos.

Esta câmara escura era capaz de projetar as imagens sobre uma parede branca de forma invertida. Mas somente 200 anos depois foi possível de fato realizar o que é considerado a primeira impressão fotográfica: os contornos de uma pessoa foram projetados sobre uma folha branca impregnada em cloreto de prata.

Alguns anos mais tarde, Joseph Nicéphore Niepce usou o betume da judeia como material sensível para as suas impressões, de forma que as imagens fixassem, ficando inalteráveis. Em 1826, ele produziu a primeira fotografia permanente do mundo, em um processo denominado “heliografia”.

Após aperfeiçoar essa técnica, Louis Jacques Mandé Daguerre desenvolveu o daguerreótipo, primeira solução prática para a fotografia. Alguns anos depois, ele descobriu a eficiência do vapor do mercúrio no processo de revelação, diminuindo consideravelmente o tempo de exposição. Era o início do processo fotográfico que dominou o mercado por muitos anos, até ser substituído pelo processo digital.

A mulher no mercado fotográfico

Embora a história lembre e cite apenas o nome dos homens envolvidos, as mulheres tiveram um papel de grande destaque no desenvolvimento das principais técnicas fotográficas. Além disso, elas foram essenciais na documentação por meio de imagens de momentos únicos da história humana.

E para provar que esta história não foi escrita apenas por homens, podemos citar o exemplo de Constance Talbot que, junto ao seu marido Fox, desenvolveu papéis sensíveis à luz que absorviam melhor e mais rapidamente as imagens.

Além dela, muitas mulheres aderiram à fotografia como uma prática profissional, muitas delas sendo pioneiras em suas áreas de atuação. Ann Cook, por exemplo, foi a primeira pessoa a realizar uma fotografia de paisagem com um Daguerreótipo. Já Antonieta DeCorrevont conquistou o título de primeira mulher a trabalhar profissionalmente com fotografia, ao abrir um estúdio especializado em retratos, em 1843.

Mas foi somente a partir do século XX que a fotografia tomou novos rumos na sua trajetória, se transformando definitivamente em uma atividade profissional reconhecida, além de uma modalidade artística. Nesse período, algumas mulheres se destacaram por suas técnicas ou papel influenciador no segmento. Confira abaixo:

Dorothea Lange (1895 – 1965)

A nova-iorquina foi um dos nomes mais importantes do fotojornalismo mundial, registrando imagens documentais e impactantes vividas durante o período da Grande Depressão em mais de 20 estados americanos. Uma de suas obras mais marcantes, a “Mãe Migrante”, é considerada até hoje uma das imagens mais importantes de todos os tempos.

Margaret Bourke-White (1904 – 1971)

Uma das mais importantes precursoras na fotografia mundial, Margaret atuou como a primeira mulher correspondente de guerra em áreas de combate. Primeira fotógrafa estrangeira a ser autorizada a registrar o território soviético, ela fez história com imagens do front da Segunda Guerra Mundial e da Grande Depressão americana.

Eve Arnold (1912 -2012)

Muito conhecida por seus retratos, Eve foi a primeira fotógrafa a integrar a Agência Magnum, comandada por Henri-Cartier Bresson e Robert Capa. De Marilyn Monroe a manifestantes do Apartheid na África do Sul, o seu trabalho inspirador e diverso rendeu o Master Photographer, maior prêmio da fotografia mundial.

Annie Leibonitz (1949)

Uma das mais famosas retratistas da atualidade, Annie Leibovitz fotografou diversas celebridades durante sua passagem pelas revistas Rolling Stone e Vanity Fair. Dentre a sua vasta e inspiradora obra, as de maior destaque na mídia internacional foram a do casal John Lennon e Yoko Ono nus e da atriz Demi Moore grávida.

Annie Griffiths Belt (1953)

Destaque no segmento de fotografia de natureza, Annie se destacou pela sua invejável carreira na NatGeo. Ao longo de suas viagens por mais de 150 países, a fotógrafa fez inspiradores e humanizados registros da realidade que encontrou. Além disso, ela usa a fotografia como instrumento para as causas sociais onde atua.

O olhar feminino na fotografia

Como você pode perceber até aqui, as mulheres tiveram um papel não só importante, mas decisivo na história e evolução da fotografia além dos anos. Mas, apesar dos avanços percebidos pela categoria, ainda há muito para avançar quando o assunto é a valorização do olhar feminino na fotografia. Segundo relatórios da World Press Photo, menos de 20% dos profissionais atuantes são mulheres.

Assim como acontece em diferentes mercados e segmentos, na fotografia também existe alguns estereótipos sobre as áreas de atuação consideradas femininas. Acredita-se, por exemplo, que as mulheres são as mais indicadas para produzir imagens familiares ou relacionadas à maternidade, como ensaios newborn, de família ou de gestante.

Indo na contramão desse pensamento limitado, fotógrafas brilhantes ganham destaque ao atuar nas mais diversas áreas da fotografia, como jornalismo, guerra, esportes, publicidade e indústria. O que prova a capacidade feminina de criar registros surpreendentes em qualquer situação.

Independente do estilo impresso ou do tipo de fotografia criada, é importante que o mercado reconheça que, assim como os homens, a mulher tem a capacidade de atuar com eficiência em qualquer segmento, optando por aquele que mais lhe agrade. Produzindo imagens históricas ou até mesmo pessoais por meio de um formato único e inspirador que somente o olhar feminino é capaz de produzir.

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