Todo trabalho de fotografia comercial termina em um produto. Pode ser um CD de imagens, uma série de ampliações 15×21… Porém, o mais popular continua sendo o álbum fotográfico. Ele costuma ser a cereja do bolo do ensaio ou da cobertura de um casamento, por exemplo. Faz parte do pacote de quase todo profissional.
Por isso, além da escolha dos materiais que farão o álbum durar para sempre, é importante realizar uma cuidadosa curadoria das imagens, de maneira que o álbum exprima todo o sentido do evento fotografado e não perca relevância com o tempo — para que não fique datado, sem sentido ou mesmo cafona. ?
“Mas como é que se faz uma boa curadoria das imagens?”
Se essa é sua dúvida, não se preocupe: vou apresentar algumas ideias que vão deixar o seu álbum mais dinâmico. Vamos lá?
Promova uma boa edição de imagens
Antes de mais nada, é interessante explicar resumidamente o tema deste post. No caso, o que é curar.
Em artes, curador é o profissional responsável por selecionar, dentro do acervo de um artista, as obras que farão parte de uma exposição, de acordo com um tema proposto ou relevância das obras.
Aplicando o conceito ao seu trabalho, curar consiste em escolher, dentre as fotos do ensaio, as melhores e mais relevantes para o objetivo que você tem em mente.
Portanto, a primeira providência é dar uma boa editada no material que você captou. Você pode começar eliminando as imagens que não ficaram boas do ponto de vista técnico (tremidas, desfocadas etc.).
Depois, procure por fotos parecidas ou repetidas, deixando apenas as melhores de cada par.
Feito isso, é hora de selecionar as que não podem faltar no álbum (não vá deixar de fora aquela fotografia da avó querida da noiva, por exemplo).
Procure inserir sequências de imagens que culminem em alguma ação e também pense no todo: é importante que o álbum tenha um desenvolvimento coerente com o evento ou ensaio.
Uniformize o tratamento das imagens
Uma vez que você tenha feito a curadoria, há dois caminhos a seguir: submeter a seleção ao cliente ou começar a montagem do álbum (caso ele deixe a escolha das fotos a seu critério).
Em qualquer uma das situações, é necessário aplicar um tratamento prévio para dar uma uniformizada nas imagens. Ou seja, ajustar os tons e o contraste, aplicar algum filtro do seu gosto, deixando-as ao seu estilo e evitando que briguem entre si, com umas mais saturadas e outras mais lavadas, por exemplo.
Num segundo momento, é provável que algumas fotos precisem de um tratamento mais fino, como a remoção de marcas na pele da modelo, um corte para retirar “sobras”, um filtro para avivar o brilho no olhar da noiva e por aí vai.
Capriche na diagramação
Agora que você fez uma boa curadoria das imagens e deu uma passada de Photoshop em todas, vamos à diagramação do álbum.
Já mencionei a importância de escolher bem os materiais para o seu álbum, mas é sempre bom reprisar: procure por fornecedores que tenham a qualidade como norma. O objetivo é que o produto dure por um longo, longo tempo, que não desbote nem solte as páginas. Não comprometa o seu trabalho com um suporte de má qualidade.
Dito isso, voltemos à diagramação. “Existe alguma regra?” Não, mas anote o seguinte: menos é mais.
Isso quer dizer que o melhor é evitar poluir o álbum com fotos demais. Tenha espaços em branco nas páginas (ou lâminas), use fotos de página inteira e faça sequências com poucas fotos. Insira algumas lâminas em preto e branco para dar uma quebra e procure manter a relação e a harmonia entre as fotografias.
Sobretudo, não se esqueça que você está contando uma história, que tem começo, meio e fim. Mesmo um book segue essa regra: use a troca de looks ou de cenários para conduzir a sua edição — ou seja, evite jogar fotos aleatoriamente no álbum, sem critério nem coesão.
E aí, já está mais seguro para realizar a curadoria das imagens e deixar seu álbum mais dinâmico? Para ficar realmente craque, não perca este post que fixemos sobre storytelling e como contar histórias em um álbum de casamento. Vá lá que é quente!