Realizar fotografias externas pressupõe o uso exclusivo de luz ambiente, certo? Não necessariamente, meu amigo! Embora todo mundo faça fotos outdoor ao natural, quando a tarefa exige um pouco mais de profissionalismo ou qualidade de imagem, é preciso observar algumas técnicas de iluminação para fotografia.
Digo “todo mundo faz” porque a fotografia em ambientes externos é prática de qualquer um que curte clicar. Basicamente, consideramos externo todo ensaio feito fora do estúdio: numa praia, parque, praça, etc.
Dentro do estúdio é tudo muito prático. O fotógrafo tem total controle sobre a iluminação que deseja aplicar. Fora dali, muita coisa acontece, desde o dia amanhecer nublado, não haver claridade suficiente no aposento ou, dependendo da hora, a luz se apresentar dura demais.
Por isso, antes de sair de casa, o profissional (ou o amador mais criterioso) deve procurar antecipar as condições de iluminação que terá pela frente, seja realizando uma visita prévia ao local do ensaio, seja colocando no porta-malas alguns itens de reserva, como rebatedores, difusores e flashes.
Não fazer isso é correr o risco de chegar ao lugar marcado e se ver impossibilitado de executar um bom trabalho. Portanto, planeje a sua saída fotográfica com cuidado.
E, para te ajudar nessa missão, aqui vão 6 técnicas de iluminação para fotografias externas. Confira.
1. Externa em dia de sol
Fotografia ao ar livre, em dia claro, é a mais popular que existe. Ensaios de noivos, books de modelo e uma série de outras imagens são feitas com sucesso apenas tendo a boa e velha luz natural.
Por luz natural a gente entende o sol, normalmente. Mas a claridade da lua, a iluminação difusa de um dia nublado ou o residual do nascer e pôr do sol também entram nessa categoria.
Esse conceito se confunde um pouco com o de luz ambiente, que é a luz artificial encontrada na locação: postes, anúncios luminosos e faróis de carro, luzes de prédios e residências, etc.
Mas voltemos à luz solar: ela não se apresenta sempre da mesma forma, podendo variar de intensidade ao longo do dia ou ser influenciada pelas condições climáticas. Assim, esse tipo de iluminação pode se tornar duro ou suave.
É duro quando o Astro-rei está mais no alto do céu e não há nuvens. Em momentos assim, ele emite uma luz pontual e contrastada que produz sombras bem marcadas embaixo dos olhos e nariz do modelo.
Curiosamente, a maioria considera um dia de sol forte o melhor para se fotografar, mas não é bem assim. Esse tipo de situação não favorece a fotografia de pessoas de modo geral.
No entanto, um ensaio de moda praia fica bem sob luz dura, assim como certas fotos sensuais e retratos mais dramáticos, como quando você quer evidenciar as marcas do tempo em um rosto idoso, por exemplo.
2. Externa em dia nublado
Tirando esses casos especiais, prefira sempre a luz suave. Esse tipo de iluminação surge quando a luz solar não incide diretamente sobre o modelo, mas é difundida de alguma maneira, seja pelas nuvens, seja por algum modificador (um difusor ou rebatedor).
Quando há nuvens, a luz se espalha pelo céu e se torna mais ampla, produzindo uma luminosidade menos intensa, que forma sombras leves e degradês em direção às partes claras da imagem.
A mesma condição é obtida logo no início da manhã e ao pôr do sol — só que, nesses casos, a luz difusa se torna mais quente (a chamada “golden hour”).
Portanto, se o dia do ensaio amanheceu nublado, não é motivo para pânico. Mesmo se chover, é possível tirar lindas imagens aproveitando a luminosidade refletida em superfícies e poças d’água.
Caso o dia esteja sem nuvens, dá para obter luz suave posicionando seus modelos embaixo de alguma cobertura, como uma marquise ou sob os galhos de uma árvore.
3. Externa com modificadores
Agora imagine o seguinte: você quer uma luz suave, mas não pôde escolher um horário adequado e o sol está de lascar. Para piorar, não há cobertura à vista.
Se você foi precavido e trouxe algum apetrecho do estúdio, o dia está salvo. Uma sombrinha grande e translúcida pode agir como difusor, aumentando o tamanho da sua fonte luminosa e suavizando as sombras. É só posicioná-la entre o modelo e o sol e fotografar à vontade.
“Cobertura até havia, mas a luz ficou péssima”. Nesse caso, você pode “puxar” um pouco de claridade do sol utilizando um rebatedor e preencher as áreas de sombra, deixando o retrato mais bacana.
Uma placa de isopor ou uma folha de cartolina branca quebram o galho: basta colocá-las em oposição ao sol e direcionar a luz para o ponto desejado.
4. Externa com flash
O uso do rebatedor acrescenta uma nova fonte de luz ao ensaio (até então, eu havia falado apenas de uma única fonte de luz — o sol).
Essa é a deixa para introduzir o uso do flash na brincadeira. Muita gente acha estranho, mas ele pode, sim, fazer dobradinha com o sol.
Entre as possibilidades, pode aparecer como luz de preenchimento, com potência um ponto abaixo da luz principal (do sol) para “amolecer” as sombras, ou como luz principal, tendo o sol como contraluz ou preenchimento.
Também dá para aplicar a dupla flash mais rebatedor quando houver muito contraste na cena.
5. Contraluz
Contraluz é uma técnica muito legal que consiste em deixar a pessoa a ser fotografada na sombra. Em externas, isso é feito posicionando seu modelo de costas para o sol, eclipsando com ele a luz que chega até a câmera.
Um dos resultados desse arranjo é a silhueta, quando o personagem fica completamente no escuro. Para obtê-la, comece com uma regulagem base, como por exemplo 1/800 de velocidade, f/5.6 e ISO 400 e vá ajustando até conseguir o efeito pretendido.
Experimente essa técnica quando o sol estiver quase se pondo. O resultado é espetacular.
6. Flare
O flare ocorre quando os raios solares entram pela lateral da lente e produzem manchas luminosas na imagem. Trata-se de um defeito da objetiva. Mas, atualmente, é considerado um estilo fotográfico, usado especialmente em ensaios do tipo “comercial de margarina”.
O momento ideal para obtermos um bom flare é (novamente) ao final do dia, quando a posição dos raios solares favorece o flare e a imagem produzida ganha um brilho dourado.
Saiba, entretanto, que esse efeito/defeito torna as fotos menos contrastadas e a cena mais difícil de focar. Entretanto, com prática, você pega o jeito.
Da mesma forma, as outras técnicas de iluminação para fotografias externas aqui apresentadas pedem que se gaste um pouco o dedo no obturador. Só assim você antecipa dificuldades, adquire confiança e consolida seu estilo.
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